A luz da evolução

Olá, sou uma leitora de Twitter (se é que isso existe) e seguindo a discussão sobre Daniel Alves e #somostodosmacacos, cheguei ao seu texto. Acho que, de certa forma, foi menosprezado o poder do gesto de Daniel Alves que, por si só, é um discurso completo. Talvez porque o discurso de Daniel Alves, e o desdobramento #somostodosmacacos, não cabem dentro do arcabouço teórico em que sua luta se baseia. É irreverente, é debochado… É bem brasileiro. Somos todos brasileiros? Em que pese essa identidade, nossas convicções de luta foram construídas em outros contextos e, quando o fenômeno não se enquadra a esse contexto, é natural que queiramos modificar a realidade para que esta se adeque a nossa ideia de luta. Assim, facilmente, o discurso de Daniel Alves e #somostodosmacacos, passa de crítica a legitimação da opressão.
Um discurso articulado e refletido, tendo em vista a experiência do atleta frente ao racismo no futebol, sobretudo europeu. O poder comunicativo do discurso de Daniel Alves pode explicar o impacto deste nas mais diversas esferas (fanáticos por futebol, imprensa, artistas, políticos e o público em geral). Um discurso com essa força não se cristaliza e nem se encerra em si. Ele repercute e se transforma. Pode, até, vir a ser apropriado por quem tem visão diametralmente oposta ao que expressou.
Mas avalio como preguiça a atitude de se querer anula-lo para evitar a apropriação indevida. Por que, em função do outro se apropriar do discurso poderoso e legítimo, deve-se abafa-lo? Não seríamos capazes de disputar esse discurso? Não seria o momento? Se toda a sociedade global consegue identificar o racismo, como base em um único gesto, por que não observar esse gesto, por que não interagir com as apropriações reivindicadas? Lembro de Invictus e a contundente resposta de François Pienaar, e percebo que é da natureza do esporte resumir grandes conflitos em pequenos gestos. Deveria ser da natureza do homem identifica-los, porque, por mais que eu não simpatize, parece-me que é no esporte coletivo que mais autenticamente se expressa a solidariedade.
Além disso, gostaria de alerta-la que há um equívoco ao relacionar a validação da escravidão, apenas, ao evolucionismo (ou apropriação deste). Essa validação é anterior a ideia de evolução biológica e remete a mitologia da cultura judaico-cristã. Uma pequena consulta ao oráculo Wikipédia  permite a união dos pontos. Obviamente, a ciência, ao tomar o papel de guardiã da verdade no mundo contemporâneo, sempre é usada para justificar um projeto, seja este legítimo ou não. Apropriação para a qual se deve, é claro, estar sempre alerta.
Olhar para #somostodosmacacos como algo deslegitimado, um discurso menor, ofensivo e longe das lutas cotidianas que, corajosamente, muitos lutam e perecem, é, mais uma vez, condenar esses muitos à periferia do debate. Não há causa apropriada se quem é dono desta reclama para si a posse e se põe a frente do debate! Não nos esqueçamos que não foi, apenas, a percepção do horror da escravidão nas Américas que levou ao seu fim (a referência para isso não encontro na internet, mas nesse livro aqui). As mais diversas ideologias cabem em uma em uma única questão e, ideologias opostas, frequentemente, encontram-se ao mesmo lado. Sair do debate por causa dessa contingência é, sempre, covardia.

PS:Enquanto escrevia, li isso no twitter. Não acho, ainda, que deslegitima #somostodosmacacos. Se a publicidade percebeu o poder da manifestação, quaisquer movimentos não deveriam ignora-la.

Sobre Lucila Brito

Mais uma desses bilhões que existem por aí. Que acha tudo muito bonito, mas muito complicado. Bióloga, luzólotra (que me leva a cinéfila e fotófila) e humanista. Sempre toma partido, mesmo com o coração em pedaços.
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29 respostas a A luz da evolução

  1. Luiz diz:

    Resumindo meu comentário ao post do Belchior: finalmente ensinaram-nos a protestar!

    Tem que ter leveza, que ter troça! Brasil brasileiro, Brasil pandeiro, mulato inzoneiro! Rebolemos, pois! Não esquenta. ESQUENTA! Tem que ter ginga para vencer as adversidades. Joga 10, samba no pé, beleza! GLOBELEZA! Levantar às 3h e dormir à meia-noite, trabalhar mil vezes mais que os outros, assim eu apareço no Globo Repórter como exemplo de superação. Right?

    A questão é: a banana já foi comida e outras tantas cairão dos céus sobre os pretos. A novidade, que era o máximo, o paradoxo (bem ortodoxo) de Gil estendido na grama já deixou de sê-lo. Patrão Loducca, meu tutor da vez, quererá novidades. Quem quiser chocar o mundo, esvaziar o discurso do opressor, não deverá fazer como Tinga ou Paulão. Sem rebeldia! Deverá ser original como Daniel Alves. A questão é que o corpo humano não dispõe de tantos receptáculos para protestos tropicais e originais.

    • Meu ponto é que não tem de ter/ser nada. A lição que considero a ser aprendida é, justamente, parar de usar um único filtro para ver o que acredita ser a verdade. E parar de só observar a tal realidade como diferente como feia e imperfeita e pior que eu, acreditar que é parte dela e atuar em cima dela. No momento em que você comenta aqui, com toda ironia, right? Eu deveria achar, por isso, que seu discurso é inválido ou tem fundamento? Eu deveria achar que você, na “realidade” não é preto, como eu sou, e só quer falar pelos pretos e dizer como eu devo pensar? Por mais que minha ideologia me leve a isso, eu acho que eu deveria aceitar o seu discurso. E ponto. A construção que eu faço dele, a partir disso e a partir de mim, já dentro de uma reflexão (não de uma reação ou negação) é que seu discurso é válido, em outros contextos. Neste contexto, é, apenas bravata e a necessidade de vencer uma discussão. O que a maior parte do negro brasileiro passa no cotidiano não é a totalidade do que os negros Daniel e Neymar passam e não deve se resumir a isso. Mas, o que a maior parte do negro brasileiro passa não anula o que os negros Daniel e Neymar passam. Se eu quero que eles respondam como eu acho certo e, mais que isso, se eu quero que todos vejam pelo meu filtro, aí, o caldo entorna. Se eu quero isso, e eles são ignorantes demais para entender, eu devo elimina-los ou acolhe-los? Eles estão, para todo sempre, condenados ao “mal” ou eu posso dialogar com eles? O lado positivo de toda essa discussão é que, estando eles errados ou certos, eles se expressaram, você, Luiz, ouviu, não gostou. Se, de alguma forma, seu sofrimento foi ouvido pelos negros Daniel e Neymar, pode ser que eles queiram mudar o mecanismo de ação, parar com esse negócio de irreverência e com a publicidade. A questão é: você estará preparado para acolhe-los, ou eles serão, para todo sempre, os perpetuadores do banquete de bananas?

      • Luiz diz:

        Você diz utilizar, acertadamente, todas as matizes de todos os discursos sobre o tema para construir o seu próprio ponto de vista, sua própria visão de mundo. Somos iguais neste ponto e li obcecadamente tudo o que encontrei sobre a polêmica e a polêmica da polêmica by Loducca. Não sou o dono da verdade nem acho feio aquilo que discordo. Apenas achei feia a campanha publicitária travestida de luta. Falsa. Inócua em seu propósito. Li o que escreveu para o Belchior e compreendi que, para você, não há certo nem errado e todas as leituras deste caso podem ser positivas no intuito de se eliminar a origem do mal a que todos os não-brancos do mundo, como nós – correto? -, estão submetidos.

        Porém, percebo que você coloca no mesmo balaio toda a turma que detestou o #somostodosmacacos como se fôssemos um só. Talvez por isso você tenha se referido a nós como “pensamento monolítico e ingênuo”, que de monolítico não tem nada. Há um rosário de ideias até mesmo antagônicas entre os que são contra e também entre os que aderiram à peça publicitária. Nada afirmei sobre a condição social de Neymar e de Dani Alves, nem compactuo com a opinião de Belchior de que os jogadores combatem o racismo exibindo as “cinco ferraris” ao criminoso. Eu simplesmente não sei como lidam com isto. Sei que uns se rebelam, outros choram, outros negam, como Neymar e Ronaldo, e outros comem o “presente”. Para mim, Daniel Alves fez o gesto insólito porque o ato doeu nele, num momento crítico e não o vejo como o mulato inzoneiro, o bom malandro, o Napoleão retinto de Vai Passar, o Saci do imaginário branco: matreiro, criativo, chalaça, que arruma solução para tudo com bom humor e sem despertar maiores discussões. Sou contrário à peça da Loducca e às camisas by Huck porque esvaziam o discurso, aumentam o fato em si diminuindo o significado, tal qual o capital com tudo o que encontra, apropriando e ressignificando e deturpando lutas à revelia e capitalizando sobre elas. Neymar encabeçou a campanha representando o branco, pois nega ser preto; Daniel, ao apanhar a fruta, protestou como preto. Um pode ter solidariedade ao outro, mas não estão, em tese, no mesmo lado. Logo, Daniel, Neymar e os negros brasileiros formam três grupos que podem ser dois e não dois que podem ser um, conforme você sugere. Neymar autoproclamou-se branco. Amém.

        Creio que, não fossem os movimentos monolíticos, ortodoxos, hidrófobos que reivindicam para si a luta, os avanços nas relações de raça e toda sua história seriam escritas exclusivamente pelo opressor. Para este, Luciano Huck, Daniel Alves e Neymar valem bem mais que Lima Barreto ou João Cândido.

      • Olá, Luiz. Tem um post, grandão, especialmente para você.

      • Luiz diz:

        Lucila, antes de responder ao seu post grandão, vamos ao princípio: postei aqui um resumo do comment abaixo, finalmente liberado lá no Belchior. Fiquei com preguiça de transcrever tudo – esqueci-me de que existem Ctrl+c e Ctrl+v – e fiz um comment menor para você, ulteriormente, embora o mote de tudo seja mesmo minha sugestão chula do último parágrafo. E já adianto que, em quase sua totalidade, cristaliza justamente o tipo de comportamento virtual maniqueísta que você abomina:

        http://negrobelchior.cartacapital.com.br/2014/04/28/contra-o-racismo-nada-de-bananas-por-favor/

      • Luiz diz:

        Acho que não expliquei direito. Foi assim: Postei isso no Belchior, vi seu link lá, vim aqui e então escrevi um resumo disso, que foi o início de nossa conversa. Agora vou responder seu post grandão, obrigado!

      • Ok, Luiz. Como seu comentário original já vou postado em Belchior, não vejo necessidade aprova-lo aqui. Mas anexei o link.

  2. Tanize diz:

    Tentei comentar la no Carta Capital, mas esta dando erro no meu computador. So queria dizer que concordo com você.
    Acho que apesar do aproveitamento publicitário da questão e da superficialidade do protesto, não podemos negar que há um protesto nesta campanha.
    Concordo também com o autor do texto de que #somostodosafricanos seria infinitamente melhor e muito mais critico. Mas considerando que vivemos num mundo no qual a pressa não permite à maioria (e não só aos jogadores de futebol) refletir e pensar densamente questões essenciais como esta, ações deste tipo, “modernas” (no sentido de que baseiam-se nas redes sociais, super rápidas e interativas), servem para colocar a questão na ordem do dia de milhares.
    É óbvio que o preconceito que estes jogadores sofrem é fichinha perto da violência infligida a milhares de negr@s, indi@s, asiatic@s todos os dias. Mas não acredito que é desmerecendo uma fala critica (na medida em que ela pôde ser) que iremos aprofundar esta discussão. Criticar, analisar, intensificar a discussão não precisa ter como pressuposto o desmerecimento da fala alheia.

  3. Luka diz:

    Oi Lucila, vi a polêmica que fizeste sobre o meu post a cerca do tema #SomosTodosMacacos. A primeira coisa, é que eu acho que há diferenciações entre o que foi a resposta dada pelo Daniel Alves e sobre o que se articulou depois entre a Loducca e a Globo. Algo que já vinha no bojo inclusive da homenagem feita ao DG no programa “Esquenta”, onde tudo foi tratado como uma fatalidade e não mais um crime forjado no bojo d um estado militarista e racista.

    Acho que há diferenças brutais nas ressignificações propostas em diversos movimentos e a ressignificação proposta nessa ação de marketing. A primeira é que a organização de ressignificação neste caso foi feita por quem está na casa grande, uma agência publictária e não pelos reais sujeitos que sofrem racismo. Isso pra mim é um dado basilar, a outra questão é o fato de que essa forma de tratamento nunca foi usada para universalizar as pessoas, e sim para justificar os massacres e genocídios mundo a fora que os europeus promoveram ao tentar colonizar o mundo. Por que eu falo isso? Por que pra mim se há universalização de termo para justificar violência e o sujeito da opressão (mulheres cis e trans, negrxs, indígenas e afins) compreendem que há necessidade de ressignificar o termo é uma coisa, no caso não é o ue acontece.

    http://bdbrasil.org/2014/04/29/macacos-e-vadias-sao-a-mesma-premissa-de-ressignificacao/

  4. ivan diz:

    a apropriação e descaracterização massiva é sempre irreversível e diluidora, dizima o debate, leva-o pra esfera do “abaixo a corrupção”, inócua, desproposital. o ato do jogador é memorável, a apropriação publicitária inevitável, mas a invalidação dessa apropriação é que determina a sequência da luta! covardia é ser condescendente com ~antagonismo~ pra engrossar o coro! do que adianta comer banana se não alimenta o coração, nem ao menos tem consciência do porquê? não desenraiza racismo nenhum!

  5. Muito satisfeita com todos os comentários! Acredito que é para isso que servem situações como esta: para o debate. Espero que, caso eu tenha uma visão ingênua do assunto, que esta possa ser amadurecida com a participação de vocês. O mesmo espero para quem se propôs a refletir comigo. Também, desculpem-me a demora em moderar os comentários, o que pode atrasar o debate, mas tento evitar uma ofensa a mim e aos demais. Obrigada, mais uma vez!

  6. Claudia diz:

    Muito bom o seu texto. Um bom contra-argumento aquele proposto na revista. Acho que devemos que realmente fazer uso de quem tem voz na mídia, de quem pode se fazer ouvir, o simples fato de tal atitude dos jogadores terem levado a essas discussões já estabelece condições suficientes para a validade de suas atitudes.

  7. Lendo os comentários contrários e a favor,da campanha, no final só enxergo um lado errado.
    O dos racistas. Só eles perderam a razão nesse dialogo. De minha parte, não vou julgar esta ou aquela forma resposta ao racismo. Deixo para os estudiosos das ciências humanas a tarefa de esmiuçar essa natureza biopisicosocial.do homem, e nos apresentarem as formas mais eficientes de adentrar as mentes pré conceituosas.

  8. Lúcia diz:

    Lendo os cometários e ambos os textos percebi as divergências que dizem que os jogadores de futebol não representam os negros por que são ricos. Acredito que o preconceito é bem maior do que parece pois quando alguém assume que para representar os negros tem que ser pobre e sofredor é assumir todo uma etnia como vítima.

  9. Diego Bayma diz:

    Excelente texto!

  10. Tomás Motta Tassinari diz:

    Belo texto. Sem dúvida, o mais sóbrio (totalmente humanista e combativo) que li sobre o sujeito. Que bom ter tido a sorte de me deparar com ele. Parabéns.

  11. Lucas diz:

    Por que estes textos, tão importantes, não são expostos quando um árbitro negro surge chorando após sofre um ato de racismo?
    O que de fato é oportunismo? O que de fato é ostentação? Contextos e textos…

  12. Gabriel diz:

    Bom, tem de ter entendimento tanto da campanha publicitária, quanto do texto da carta capital, mais desde que eu me entendo por gente, convivo com o racismo diariamente, e não posso concordar com essa campanha ridícula.
    Neymar, Pelé e qualquer um desses jogadores ou artistas no geral nunca irão representar os negros ou irão se preocupar com esse tipo de desigualdade social, pois já estão em seus berços de ouro, porque ao invés de postar uma foto medíocre no instragram ou onde quer que seja, não cria um fundo de combate a este tipo de conduta racista, ou invista em algo que seja totalmente contrária á isso, sem precisar mostrar ao mundo virtual ou usar da publicidade para isso, auto-promoção é o que mantém seus cofres cheios de dinheiro e o ego la em cima, e um monte de “baba-ovos” para vender seu nome e não deixar o castelo de areia desmoronar, triste esse mundo, triste viver tudo isso, como estudante de publicidade, farei o possível para conseguir veicular algo que traga a reflexão, mias não essa de certo ou errado, mais uma que abra o caminho para um entendimento longe deste que temos hoje, pode parecer confuso a forma como escrevo, mais é assim que vejo as coisas, to cansado dessa auto-promoção, e destes babacas, jogadores de futebol, artistas e seus seguidores.

    • Concordo com vc que a representação de uma luta racial por parte de negros ricos pode ser frágil. Mas tb acho que guardadas as proporções tem o mesmo impacto que na época da escravidão que o “Preto de Casa”. Negros que aceitavam trabalhar na casa de brancos como serviçais e que eram mtas vezes recriminados por outros por não aderirem a luta direta ( via protestos, revoltas e etc.) tiverem enorme papel na sensibilização de novas gerações de brancos contra a diferença racial. E isto não sou eu que falo, longe de mim uma análise tão profunda como esta. Mas os pretos de casa, que como formiguinhas, mesmo sem saber da sua influência foram adoçando o coração de mesmo que poucos brancos, isso é inegável. Assim como a sua importância num diferente ponto de vista não pode negada nesta luta. Na minha visão, temos que ter a sabedoria de encontrar contribuições de onde elas vierem, pois nunca podemos esperar do outro o mesmo comportamento e entrega a determinadas lutas. Acredito que o papel de cada um é importante e por isto, na minha visão o texto da Lucila não é uma contraposição no seu todo e sim, a abertura de um novo horizonte que não pode ser ignorado.
      Nas palavra dela: “Quando a minha ideologia não explica um fenômeno é sinal que, como tudo, minha ideologia não explica tudo. É sinal de que é hora de alteridade. É sinal que não é a ingenuidade, o pensamento monolítico e o discurso pronto que farão efeito naquela questão.”

  13. Wander diz:

    Não concordo com seu texto nem com o seu oportunismo de colocar o link no único comentário do http://negrobelchior.cartacapital.com.br/2014/04/28/contra-o-racismo-nada-de-bananas-por-favor/
    O texto do Belchior tá 100% correto, “falou” tudo.
    Já vc…Neymar tá fazendo escola!

    • Mara diz:

      Por que você não concorda? Poderia fornecer alguns argumentos ao invés de apenas chamar a autora de oportunista? Grata.

      • Bruno diz:

        Concordo contigo Mara! O texto da Lucila e seu ponto de vista foram muito bem esboçados, tanto quanto a fundamentação de Douglas Belchior na Carta Capital. São pontos de vista aparentemente contraditórios mas que permitem um debate verdadeiro, uma discussão franca, o que subsidia uma reflexão aprofundada e leva a um amadurecimento da questão. Isso sim é um belo debate e um bom serviço para a sociedade. Estão de parabéns Douglas, Lucila, você Mara, que fomentam e elevam o nível da discussão!
        Já indivíduos como o colega Wander acima, além de serem taxativos, são redutivos e superficiais. Demonstram que não tem argumentação, capacidade de debater. E atacam o argumentador em vez de atacar a ideia e expor as suas. E o que é isso senão fonte de… mais preconceito! Afinal preconceito é uma idéia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial.
        Aliás, se Neymar está fazendo escola como disse acima, ele Wander já é PhD.

    • Si diz:

      Concordo com vc, Wander. É falta de tato social querer tornar uma campanha oportunista em algo positivo e que leva ao debate. Não está havendo debate, está havendo venda de camisetas, transformaram um ato, que sim, acho genial, em uma frase burra e reducionista. Ao comer a banana o Daniel não estava afirmando ser macaco, ele estava triturando o racismo com os dentes, de onde e como ele podia fazer. O racismo que ele sofre, como ele mesmo disse há 10 anos, é a face mais branda desse problema, do alto dos seus milhões de euros é fácil ver o racismo como um probleminha de 10 anos, mas quantos foram mortos por esse probleminha nesses 10 anos? Não há como o negro se apropriar dessa campanha oportunista pq os únicos a serem chamados de macaco no fim das contas, são os negros.

  14. Filipe Pressuto diz:

    Gostei do texto, acho que uma questão ampla como a do negro não pode ficar enrijecida, com soluções prontas formuladas há anos atrás que, embora já tenham trazido algum resultado, não resolveram tudo. Se reinventar, transformar é natural, é sinal de que há vida.

  15. “Quando a minha ideologia não explica um fenômeno é sinal que, como tudo, minha ideologia não explica tudo. É sinal de que é hora de alteridade. É sinal que não é a ingenuidade, o pensamento monolítico e o discurso pronto que farão efeito naquela questão.” Excelente! Considero o seu texto um complemento fundamental e coeso para a leitura anterior. Digo complemento, pois alerta para o que resumiu muito bem na citação acima! Atitudes como essa mesmo que em moldes informais e espontâneos dizem muito sobre como a situação pode ser vista. Assim como você, compreendo a análise do discurso mais carregado de conhecimento e por isto analítico do “Contra o racismo nada de bananas, nada de macacos, por favor!”, mas tal discurso já conhecemos, que tal buscamos um pouco de outro, e assim criar um novo conceito.
    Obrigado pela leitura!

  16. Obrigada pelo texto. Concordo com você!

"Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara!"